Artroscopia

A tecnologia nos permite ver e entender as articulações do nosso corpo através de uma câmera, o que chamamos de artroscopia.

Um procedimento minimamente invasivo com excelentes taxas de resolução e precisão exuberante. É possível ver e corrigir o problema no mesmo ato. É considerado o padrão ouro para tratamento e diagnóstico. Pode ser realizada no joelho, tornozelo, ombro, cotovelo e punho.

Os riscos do procedimento são mínimos e envolvem lesão de nervo e infecção.

Abuso de remédios

Quem nunca foi sugestionado a tomar aquele remédio que fez bem para a tia da vizinha da avó? O desejo de ajudar e de ter o remédio milagroso é cultural. Porém, isso pode ter um efeito catastrófico em nossa saúde. Os remédios para o tratamento da dor são, em sua maioria, sintomáticos. Ou seja, eles tratam apenas o sintoma e não a causa da dor. Usamos aquele remédio e temos um alívio da dor até o efeito da medicação sair e a dor voltar. A repetição desse padrão pode causar tolerância à substância necessitando cada vez de remédios mais fortes, e em casos mais graves até dependência da droga; pode causar alterações no estômago (queimação), intestinos (ulceras e ressecamento) e nos rins (insuficiência renal).

É bastante frequente os pacientes já chegarem na consulta usando diversos tipos de remédio sem conseguir amenizar a dor de uma forma satisfatória. 

Devemos ter cuidado no uso de remédios e nos exageros praticados. 

Cuidar da saúde é saber quando usar um remédio e quando parar de usar.

Bloqueio de Nervos/ Neuromodulação

O bloqueio de nervos é uma das ferramentas disponíveis no tratamento da dor. Consiste na identificação do nervo através do ultrassom e aplicação de anestésico ao redor do nervo, dessa forma é possível impedir a propagação do sinal doloroso daquela região para o cérebro permitindo um período de tempo sem a sensação dolorosa.

Em casos em que o bloqueio do nervo consegue aliviar a dor por algum tempo (variável de pessoa para pessoa) podemos realizar a neurólise daquele nervo. Procedimento no qual bloqueamos de uma forma mais duradoura a passagem da sensação álgica. A neurólise pode ser química ou ablativa (térmica, resfriada ou pulsada).

A ideia desse tratamento é criar uma janela de oportunidade, um espaço de tempo onde a sensação de dor pode chegar a níveis bem menores e o paciente pode realizar fortalecimento e/ou reabilitação sem sentir as dores.

São procedimentos minimamente invasivos onde utilizamos agulhas, não existe corte na pele e a recuperação é imediata.

Como qualquer outro procedimento existem riscos – ainda que mínimos –  como lesão nervosa e intoxicação por anestésico.

Dor Lombar

Uma das causas mais comuns de procura no consultório é a famosa dor lombar. Aquela dor no final da costas que pode ser em faixa ou irradiar para as pernas trazem bastante desconforto e podem mudar a rotina do paciente. Ocorrem alterações no caminhar, na execução das atividades do dia a dia e, em casos crônicos, envolvem até a parte psicológica com afastamento do convívio social e depressão.

Geralmente a dor é ocasionada por sobrecarga em estruturas chaves na coluna: ligamentos, articulação apofisária e compressão de nervos.

Os pacientes costumam respeitar um padrão típico de dor na queixa correspondente ao nível afetado. A dor que irradia para a perna pode ter associação com alterações nos níveis vertebrais de l4 e l5, por exemplo.

O exame físico é essencial para entender a causa e a origem da dor.

No tratamento, é mandatório a prática de exercício físico e reabilitação. 

O tratamento com bloqueio e neuromodulação hoje em dia tem grande destaque e é uma solução elegante, rápida e minimamente invasiva.

Dor de Cotovelo

A dor de cotovelo é bastante complexa e também envolve a ação dos tendões. A principal causa de dor no cotovelo é a inflamação dos tendões em sua origem no epicôndilo, parte do osso do cotovelo tanto do lado de fora quanto do lado de dentro. Quando se tem inflamação nessa região chamamos de epicondilite, lateral quando na face externa do cotovelo; e medial, na face interna.

Os músculos que fazem a extensão dos dedos e do punho tem sua origem na face lateral e geralmente ficam inflamados nos pacientes que executam essas ações – tenistas por exemplo.

 Já na face medial ficam os músculos que fazem flexão dos dedos e dos punhos e são frequentes nos jogadores de golf.

O tratamento consiste na reabilitação muscular, infiltrações com corticoide e ortobiologicos; e, em casos refratários, cirurgia artroscópica.

Sd Ombro Doloroso

O ombro é a articulação do corpo que tem maior mobilidade e, por isso, está constantemente em risco. Mesmo com todas as estruturas do ombro adaptadas ao movimento, os esforços repetitivos e os movimentos exagerados podem causar dor.

As principais causas de dor no ombro são as tendinites e bursites.

As duas andam juntas. A Bursa funciona como o amortecedor do tendão, possibilitando que o tendão faça seu movimento com menos atrito. Nos casos de repetição, tanto o tendão quanto a bursa ficam inflamados, gerando dor.

Em casos crônicos e recorrentes de inflamação (as “ites” – tendinites e bursites) o tendão pode romper e se soltar do osso, causando a ruptura do manguito rotador.

Nesses casos a dor pode ser pior e acompanhada de dificuldade para realizar movimentos como secar o cabelo, abotoar sutiã e vestir roupas.

O tratamento depende da causa do problema, nos casos das bursite e tendinites a reabilitação é mandatória e tem espaço para infiltração com corticoide e ortobiologicos; nos casos de lesão do manguito a cirurgia tem papel fundamental.

Em alguns casos, os bloqueios para dor tem bons resultados no alívio da dor até a cirurgia.

Ultrassom

O ultrassom veio para ficar. Atualmente na prática ortopédica é essencial o uso do ultrassom para auxiliar no diagnóstico e para auxiliar nos procedimentos minimamente invasivos, garantindo segurança e precisão.

Ortobiologicos PRP/BMA

O conceito da medicina regenerativa é possibilitar a regeneração natural do tecido lesionado através de terapias ortobiológicas. As terapias ortobiologicas envolvem infiltrações locais  de substâncias com potenciais de regeneração tais como plasma rico em plaquetas PRP e aspirado de medula óssea BMA.

Tanto o PRP quanto o BMA são retirados do próprio paciente e, por esse motivo, tem taxas muito baixas de complicações e são bastante seguros.

A ideia em utilizar o PRP e o BMA é prover substratos para estimular a regeneração dos tecidos de forma mais intensa, possibilitando retornar aos exercícios e às atividades do dia-a-dia rapidamente. 

A indicação é precisa e por mais seguro que seja o método ainda existem alguns riscos como dor local após a aplicação (PRP) e infecção (BMA).

Infiltração Articular

O ácido hialurônico já é bastante utilizado na prática ortopédica, é a famosa infiltração na articulação. Na nossa articulação já temos o ácido hialurônico presente no líquido sinovial e na matriz de cartilagem. Nossas articulações, com o tempo, vão naturalmente se deteriorando e perdendo a cartilagem, podendo evoluir para artrose em casos mais graves. A ciência tenta, a todo custo, reverter ou retardar o processo de desgaste. O ácido hialurônico tem esse intuito, quando injetado na articulação. Por ser um líquido bastante viscoso o ácido hialurônico ajuda a lubrificar a articulação e cria uma ambiente propício para a regeneração da cartilagem. 

A infiltração bem feita e precisa é guiada por ultrassom, é um procedimento rápido e com resultados bastante satisfatórios. Podem ser feitos a cada 6 meses e tem riscos mínimos e pode ser feita em qualquer articulação sinovial.

Dor Crônica

Dor crônica é aquela dor que dura mais de 3 meses ou mais de 1 mês após alguma lesão.

Diagnosticar o quadro de dor crônica é muito importante, pois nosso corpo reage e se adapta dentro do cenário doloroso.

A dor é entendida como uma medida de proteção pelo nosso corpo, por isso que quando encostamos nossa mão em algo quente ou espinhoso, sentimos DOR e retiramos a mão, por exemplo.

Em uma situação contínua de exposição à dor, nosso corpo entende que precisa intensificar os sinais de dor e aumenta a sensibilidade (estado de hipersensibilidade)  aos estímulos,

 

ou seja, o que antes não doía, começa a doer: encostar em qualquer parte do corpo, pentear os cabelos, o toque do lençol.

Esse quadro traz diversas  consequências para a vida, gerando alterações psíquicas (depressão), físicas (perda de massa muscular/atrofia por desuso) e sociais (reclusão).

O manejo da dor crônica é complexo e requer uma abordagem multiprofissional.